A Normalista
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No início da década de sessenta
ouvia-se no Recife boatos de que “meninas de família” estudantes de colégios
femininos, de rígida disciplina, frequentavam prostíbulos reservadíssimos, com
objetivo de ganhar dinheiro. Tudo isto sem conhecimento dos pais. A imaginação
era estimulada por um livro (A Normalista de Adolfo Caminha) e peças, como os
Sete Gatinhos de Nelson Rodrigues. Nos
dias de hoje, graças às mudanças de costumes, um fato como este poderia até ser
possível, naqueles idos era improvável, com poucos habitantes e muito
provinciana, Recife não comportava este tipo de novidade.
Na realidade, transar com uma
estudante fazia parte do imaginário, era um sonho erótico, um fetiche,
principalmente na cabeça de homens maduros e com dinheiro pra gastar. Pois bem,
havia quem vislumbrando um bom negócio, criasse o cenário perfeito.
Confeccionadas algumas fardas, sempre com a saia um pouco mais curta que o
normal, alguns adereços como, livros, cadernos, lápis, bem a vista, como para
dar veracidade ao modelo. Não se usava mochilas na época, um laço de fita no
cabelo, e uma maquiagem carregada no batom, constituíam a perfeita imagem da
Normalista. Hora marcada, sempre coincidindo com as aulas, pois se dizia que as
garotas gazeavam as mesmas pra os tais encontros. As profissionais convocadas
para o front eram as mais jovens e bonitas em condições, portanto, de ludibriar
o pagante, que no dia seguinte iria se vangloriar para os amigos: Comi uma
Normalista, verdadeira joia, não tinha mais de 16 anos! Hoje seria preso por pedofilia.
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Se algum amigo mais velho que naquele tempo caiu
no conto da Normalista ainda vai jurar que era verdade. Um destes locais de
encontro, segundo informações, ficava na Marques do Herval bairro de Santo
Antônio, apenas o número indicava a alcova para o cliente que esperava ansioso
a sua ninfeta, com rostinho de santa, e quilômetros rodados na cama.