sexta-feira, 4 de abril de 2014

Alto Meretrício


A Normalista


Foto da internet
No início da década de sessenta ouvia-se no Recife boatos de que “meninas de família” estudantes de colégios femininos, de rígida disciplina, frequentavam prostíbulos reservadíssimos, com objetivo de ganhar dinheiro. Tudo isto sem conhecimento dos pais. A imaginação era estimulada por um livro (A Normalista de Adolfo Caminha) e peças, como os Sete Gatinhos de Nelson Rodrigues.  Nos dias de hoje, graças às mudanças de costumes, um fato como este poderia até ser possível, naqueles idos era improvável, com poucos habitantes e muito provinciana, Recife não comportava este tipo de novidade.

Na realidade, transar com uma estudante fazia parte do imaginário, era um sonho erótico, um fetiche, principalmente na cabeça de homens maduros e com dinheiro pra gastar. Pois bem, havia quem vislumbrando um bom negócio, criasse o cenário perfeito. Confeccionadas algumas fardas, sempre com a saia um pouco mais curta que o normal, alguns adereços como, livros, cadernos, lápis, bem a vista, como para dar veracidade ao modelo. Não se usava mochilas na época, um laço de fita no cabelo, e uma maquiagem carregada no batom, constituíam a perfeita imagem da Normalista. Hora marcada, sempre coincidindo com as aulas, pois se dizia que as garotas gazeavam as mesmas pra os tais encontros. As profissionais convocadas para o front eram as mais jovens e bonitas em condições, portanto, de ludibriar o pagante, que no dia seguinte iria se vangloriar para os amigos: Comi uma Normalista, verdadeira joia, não tinha mais de 16 anos! Hoje seria preso por pedofilia.
Foto da internet
Se algum amigo mais velho que naquele tempo caiu no conto da Normalista ainda vai jurar que era verdade. Um destes locais de encontro, segundo informações, ficava na Marques do Herval bairro de Santo Antônio, apenas o número indicava a alcova para o cliente que esperava ansioso a sua ninfeta, com rostinho de santa, e quilômetros rodados na cama.

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