sábado, 17 de janeiro de 2015

As terras do Coronel Zelito Nunes


Pedras da Barra.
Zelito Nunes no batente da Casa Grande.

Do alpendre da casa grande até onde a vista alcança vislumbramos as terras do Coronel. Depois de inúmeras visitas a região já me acostumei com o nome da vizinhança, Matarina, Mugiqui, Boa Vista, terras da família Nunes, que abraçam o município da Prata sertão, Cariri paraibano..  Além, é claro dos municípios vizinhos da Prata como, Ouro Velho, Mundo Novo, e Monteiro. Fotografar personagens, amigos de Zelito virou minha especialidade na região. São muitos, na maioria gente simples, bem humorados, hospitaleiros.

Andar com Zelito Nunes praquelas bandas não é fácil, o homem para constantemente para falar com um parente, um amigo, às vezes gente que ele nem se lembra mais quem é, nem de onde. Paradas obrigatórias nas bodegas, nos bares, pra tomar uma cerveja com os bebim de plantão. Quando a gente pensa que vai voltar pra casa, ele diz: Vamos à casa de Zé de Cazuza, vamos à casa de minha irmã, vamos ao comércio de Djalma meu cunhado, preciso comprar água mineral. Já apelando, imploro, Zelito vamos embora as nossas mulheres ficaram na Barra e lá não tem sinal de telefone. O Coronel fica brabo, diz: A minha vida é um litro aberto e minha mulher sabe disso. Nunca vi ninguém fazer amigos tomando leite, as grandes amizades são construídas nos bares. E repete pinto do Monteiro: Corno nenhum me governa! 

Zelito Nunes foi quem me mostrou o sertão e suas sutilezas, aos poetas e repentistas, aos contadores de histórias, e isso já passa dos trinta anos...
Agora nas comemorações do centenário de Lourival Batista, me dei conta de uma coisa, praticamente todos os poetas citados nas falas dos participantes, eu conhecia, de alguma forma tinha convivido, ou participado de suas apresentações, alguns cheguei a fotografar o que me permite ter um acervo interessante.

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