Pedras da Barra.
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Zelito Nunes no batente da Casa Grande. |
Do alpendre da casa grande até
onde a vista alcança vislumbramos as terras do Coronel. Depois de inúmeras
visitas a região já me acostumei com o nome da vizinhança, Matarina, Mugiqui,
Boa Vista, terras da família Nunes, que abraçam o município da Prata sertão,
Cariri paraibano.. Além, é claro dos
municípios vizinhos da Prata como, Ouro Velho, Mundo Novo, e Monteiro.
Fotografar personagens, amigos de Zelito virou minha especialidade na região.
São muitos, na maioria gente simples, bem humorados, hospitaleiros.
Andar com Zelito Nunes praquelas
bandas não é fácil, o homem para constantemente para falar com um parente, um
amigo, às vezes gente que ele nem se lembra mais quem é, nem de onde. Paradas
obrigatórias nas bodegas, nos bares, pra tomar uma cerveja com os bebim de
plantão. Quando a gente pensa que vai voltar pra casa, ele diz: Vamos à casa de
Zé de Cazuza, vamos à casa de minha irmã, vamos ao comércio de Djalma meu
cunhado, preciso comprar água mineral. Já apelando, imploro, Zelito vamos
embora as nossas mulheres ficaram na Barra e lá não tem sinal de telefone. O Coronel
fica brabo, diz: A minha vida é um litro aberto e minha mulher sabe disso. Nunca
vi ninguém fazer amigos tomando leite, as grandes amizades são construídas nos
bares. E repete pinto do Monteiro: Corno nenhum me governa!
Zelito Nunes foi quem me mostrou
o sertão e suas sutilezas, aos poetas e repentistas, aos contadores de
histórias, e isso já passa dos trinta anos...
Agora nas comemorações do
centenário de Lourival Batista, me dei conta de uma coisa, praticamente todos
os poetas citados nas falas dos participantes, eu conhecia, de alguma forma
tinha convivido, ou participado de suas apresentações, alguns cheguei a fotografar
o que me permite ter um acervo interessante.