Na recente visita a cidade
de Goiás, berço da poetisa Cora Coralina, fiquei surpreso com o belo casario e
a singela beleza do lugar. A famosa casa da ponte, onde Cora preparava seus
doces e escrevia suas poesias, é hoje um museu, depositário de seus pertences e
de sua memória.
Rua do Hospital |
Ruas de pedra abrigam
antigas e bem conservadas casas, verdadeiros monumentos da história do Brasil
colônia. Belas igrejas e uma praça com direito a coreto, sorveteria, lampiões,
banquinhos de madeira, crianças andando de patinete e encontros de jovens
namorados, tudo como nos velhos tempos.
A cidade é do jeito que a gente gosta, falo de quem curte fotografar, não tem postes, transformadores, fios emaranhados na frente das casas como se pode observar nestas imagens. Monumentos e residências bem cuidadas, ruas limpas, é como se estivessem esperando pelos visitantes para uma boa acolhida.
Casa da Ponte antiga residência da poeta Cora Coralina |
O ponto de encontro das
pessoas da cidade, já não atrai tantas assim, embora mantenha sua arquitetura
original e características dos antigos parques públicos. O prato típico da
região é o empadão Goiano encontrado em
lanchonetes espalhadas pela cidade.
Coreto
Eita Brasil velho com
tanta coisa pra se vê. O meu espírito cigano ultimamente tem me levado a
lugares incríveis e maravilhosos.
Casa da Ladeira |
Casario do Chafariz
A cidade é do jeito que a gente gosta, falo de quem curte fotografar, não tem postes, transformadores, fios emaranhados na frente das casas como se pode observar nestas imagens. Monumentos e residências bem cuidadas, ruas limpas, é como se estivessem esperando pelos visitantes para uma boa acolhida.
Casa com Lampião
No meu caso específico evito as grandes
cidades, nelas já não tenho mais o que ver, as pessoas se esquivam de uma
conversa por medo da violência ou absoluta falta de tempo para isso. Viajo por
onde possa conversar, conhecer as pessoas, seus hábitos e costumes, sua cultura,
e registrar tudo na minha mente, além de, na volta, compartilhar as fotos com
os amigos e familiares.
Praça ao entardecer
Acordo cedo para fotografar nas ruas ainda desertas, a
luz da manhã ajuda, não tenho que lutar contra ela como no sol a pino com
fortes contrastes, quando tenho que ficar preocupado demais com o fotômetro.
Não tenho pretensões maiores como fotógrafo muito menos como colunista, apenas
a vontade de registrar aquilo que vejo durante as minhas andanças por este
mundo afora.
Cruz de Anhangüera
Banco da ponte
Nesta casa de número 15 na
principal praça da cidade, nasceu o escritor e poeta Goiano Braga Horta, seu
irmão o poeta Anderson Braga Horta, filhos da também poeta Maria Braga Horta.
Os ventos desta acolhedora cidade devem ser favoráveis aos poetas e as pessoas
de bem.
Casarão
Vista da Igreja
Casa da ponte - Lateral
Todas as vidas
Cora Coralina
Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé do borralho,
olhando pra o fogo.
Benze quebranto.
Bota feitiço...
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo...
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé do borralho,
olhando pra o fogo.
Benze quebranto.
Bota feitiço...
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo...
Vive dentro de mim
a lavadeira do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d'água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde de são-caetano.
a lavadeira do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d'água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde de são-caetano.
Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem-feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem-feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada, sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada, sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
- Enxerto da terra,
meio casmurra.
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem chiadeira.
Seus doze filhos,
Seus vinte netos.
a mulher roceira.
- Enxerto da terra,
meio casmurra.
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem chiadeira.
Seus doze filhos,
Seus vinte netos.
Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha...
tão desprezada,
tão murmurada...
Fingindo alegre seu triste fado.
a mulher da vida.
Minha irmãzinha...
tão desprezada,
tão murmurada...
Fingindo alegre seu triste fado.
Todas as vidas dentro de mim:
Na minha vida -
a vida mera das obscuras.
Na minha vida -
a vida mera das obscuras.
Arruado
Rio Vermelho
Lampião
Fachada
Pé de serra
IPHAN
Esquina