Alto Meretrício
Bares, boates e cabarés.
Na minha primeira viagem ao Rio
de Janeiro, aí pelos idos de 1972, fui convidado por amigos para conhecer a
Cinelândia, onde, na calçada, havia um desfile de belas mulheres seminuas. A
pegadinha consistia em que os matutos, recém-chegados a cidade maravilhosa, se entusiasmassem
com as beldades, só então vinha à revelação de que não se tratava de mulheres e
sim de travestis. Vôte! Dizia o marmanjo
assustado. Verdadeira atração turística, histórias para ser contadas na volta ao
nordeste, incluindo sempre o nome de alguém que tenha sido supostamente
enganado.
No Recife tal fenômeno ainda era desconhecido, o trottoir acontecia
nas margens do Capibaribe, ruas do Sol e Aurora, e ficou conhecido como “quem
me quer” onde apenas as mulheres participavam da oferta. Aqui, nesta mesma
época, os homossexuais faziam o serviço pesado dos cabarés, começando pela
limpeza de banheiros e quartos, estes chamados de entrada e saída, devido a
grande rotatividade, repor a água da bacia, aquela do famoso banho “checo” e
trocar, quando já tinha mudado de cor, o caixeiro, toalhinha de enxugar os
possuídos do cliente. Os mais prendados chegavam à condição de cozinheiro, e
poucos montaram o próprio negócio.
Hoje, quarenta anos depois, temos
a nossa “Cinelândia” que funciona na Avenida Conselheiro Aguiar, com extensões
para a vizinha Domingos Ferreira. As damas da noite, mulheres que exercem a
profissão mais antiga do mundo e com ela sustentam a família, e isso inclui
muitas vezes o marido desempregado, foram sendo expulsas das casas noturnas e
empurradas para as ruas aonde vão que disputar o espaço com os travestis, estes
com boa clientela, admitindo que se assim não fosse o mercado não estaria tão
aquecido. Os travestis são, na maioria das vezes, intolerantes e agressivos, e
não admitem a concorrência das mulheres, que passam a ser expulsas também das
ruas. As pobres Marias Madalenas de hoje nem Jesus salva.
No Recife tal fenômeno ainda era desconhecido, o trottoir acontecia nas margens do Capibaribe, ruas do Sol e Aurora, e ficou conhecido como “quem me quer” onde apenas as mulheres participavam da oferta. Aqui, nesta mesma época, os homossexuais faziam o serviço pesado dos cabarés, começando pela limpeza de banheiros e quartos, estes chamados de entrada e saída, devido a grande rotatividade, repor a água da bacia, aquela do famoso banho “checo” e trocar, quando já tinha mudado de cor, o caixeiro, toalhinha de enxugar os possuídos do cliente. Os mais prendados chegavam à condição de cozinheiro, e poucos montaram o próprio negócio.