Sacadas |
Com o pé na estrada.
Depois de inúmeras viagens
pelo interior de MG particularmente pelo chamado circuito histórico, Ouro
Preto, Mariana, Tiradentes, São João Del Rei, além de Caxambu, São Lourenço,
São Tomé das Letras, só para citar as mais conhecidas. Por aí dá pra ver como
eu gosto de pão de queijo. Diamantina sempre esteve nos meus planos, mas ficava
do outro lado, ao norte, distante de Belo Horizonte, e por este motivo ficava
invariavelmente para a próxima viagem. Desta vez finquei o pé, no rumo do desejo,
da vontade de ver, para mim, a última trincheira das cidades históricas de
Minas Gerais. Saindo de BH seguimos pela Estrada Real, que em alguns trechos de
Real só tem o nome, passamos por Barão de Cocais, Santa Maria de Itabira,
Conceição de Mato Dentro, Serro e depois de doze horas de viagem chegamos a
bela e acolhedora Diamantina.
A Pousada Relíquias do Tempo nos recebeu e
aconchegou maravilhosamente. Um estabelecimento onde encontrei algumas
afinidades como: uma sala dedicada a Chichico Alkmim, fotógrafo da cidade
durante décadas, lá estão expostas suas velhas máquinas fotográficas, e fotos
de pessoas e cenas da cidade. A casa onde funciona a pousada, construída há
mais de um século, pertenceu ao avô da atual proprietária esta guarda em local reservado os pertences do
médico clínico Lomelino Ramos Couto que
nela residiu até sua morte. Podemos ver a sua mesa de trabalho, e instrumentos
de uso diário e pertences. Outro recanto é dedicado ao ilustre filho da terra o
presidente Juscelino Kubitschek, além de antiguidades espalhadas pelos
corredores e salas. Pontualmente às cinco da tarde é servido um chá. Tomei o de
flor de laranjeira, com cheiro e sabor inigualáveis, tendo como fundo musical
um irrepreensível repertório erudito.
Fogão de lenha da Pousada Relíquias do Tempo |
A cidade com seu casario
histórico bem conservado, reserva ao turista um passeio no tempo, nos
restaurantes a boa e farta comida mineira. Como cachaceiro emérito não
dispensei a branquinha, dando preferência aquelas que eles denominam de “da
roça” sem rótulos, as de marcas já consagradas podem ser encontradas nas
cachaçarias do Recife e eu não quis perder tempo com elas. Como de praxe rendo
homenagens ao povo mineiro pela hospitalidade e carinho com que fomos tratados,
em todas as ocasiões sem exceção.
A noite de Diamantina |
Afastada 15 km de Diamantina,
percorrendo uma estrada de terra, vamos encontrar Biribiri, um lugar
simplesmente belo. Uma extinta fábrica abandonada, com apenas dois moradores
fixos, tornou-se ponto de atração turística pela singeleza das suas poucas
casas, todas muito parecidas, com as mesmas cores e uma vegetação, flores
principalmente, de tirar o fôlego.
Biribiri um paraíso
na serra mineira.