"Foi o mais perfeito
cantor do Brasil. E um dos mais completos do mundo"
(Rui de Castro)
Nascido em 03 de outubro
de 1915, Orlando Garcia da Silva, completaria 100 anos se não tivesse nos
deixado em agosto de 1978 vítima de um AVC quando se preparava para dormir em
sua casa.
Ficou conhecido como, O
CANTOR DAS MULTIDÕES, título dado por Oduvaldo Cozzi, radialista e locutor, que assim passou
a apresenta-lo devido ao fato de Orlando reunir milhares de pessoas em suas
apresentações. Segundo alguns pesquisadores e historiadores, em São Paulo
durante uma de suas apresentações, no auge da fama, chegou a reunir cerca de um
milhão de pessoas em praça pública, um verdadeiro fenômeno considerando à
época.
Todos os críticos concordam que a
sua melhor fase é a da RCA que terminou com a saída de Orlando em 1942, sem uma
explicação convincente, exceto o fato da gravadora ter contratado Nelson
Gonçalves com apenas 24 anos e uma voz muito parecida com a de Orlando.
Em seguida, Orlando passou
meses afastado da vida artística, envolvido num conturbado romance com a atriz
Zezé Fonseca, e envolvimento com drogas e alcoolismo. Quando retornou a vida
profissional, sua voz já não era a mesma, coisa que ele nunca admitiu, mas a
vida desregrada tinha afetado suas cordas vocais, fazendo com que tivesse que
reduzir um tom. Segundo amigos e críticos a voz de Orlando tinha "envelhecido"
e o cantor tinha apenas 27 anos. Mesmo assim continuou gravando, fazendo shows
e programas de rádio. Na verdade nunca abandonou os palcos, tinha agenda
marcada pouco antes de falecer aos 62 anos.
Responsável por inúmeros
sucessos, Orlando Silva se orgulhava de escolher ele mesmo o seu repertório,
sem influência de ninguém. E fez isso muito bem se considerarmos que o cantor por conta de dificuldades
financeiras na adolescência, teve que trabalhar muito cedo para ajudar na
despesa da casa, onde sua mãe viúva, lavava roupa para garantir parcamente o
sustento da família. Por esta época sofreu um acidente ao cair de um bonde, e
perdeu parte do pé o que lhe rendeu um ano afastado entre hospital e sua
recuperação em casa. Passado este fato seguindo conselhos de sua mãe e de
amigos, e isso inclui os vizinhos que o ouviam cantar de preferência no topo de
arvores frutíferas nos quintais alheios, procurou por várias vezes as rádios locais, sem
sucesso, sendo inclusive desclassificado em um programa de calouros. Já estava
desistindo, quando por arte do destino, foi visto cantando pelo compositor
Bororó, autor de sucessos como Curare, gravado anos depois por Orlando. Bororó
entusiasmado com voz do rapaz, mostrou seu achado para Francisco Alves, este ao
ouvi a nova revelação, viu naquele jovem não apenas um grande cantor, mas
alguém que poderia concorrer com Silvio Caldas que fazia grande sucesso e de
certa forma atrapalha a brilhante carreira do Rei da Voz. Daí por diante,
apresentado por Chico Alves, todas as portas se abriram para Orlando Silva de
destacar e em pouco tempo ficar tão famoso como seu padrinho musical.
Orlando Silva dispunha de
farto material para compor o seu repertório, com grande audiência, recebia de
todos os bons compositores músicas para gravar, arranjadores com Radamés
Gnattali, e músicos da melhor qualidade para acompanha-lo.
Deixou muitos seguidores,
como João Gilberto, Lúcio Alves, Paulinho da Viola e uma infinidades de
cantores que nele se espelharam em suas carreiras.
Segue uma lista dos
grandes sucessos de Orlando Silva.
·
A jardineira, Benedito Lacerda e Humberto Porto (1939)
·
A última estrofe, Cândido das Neves (1935)
·
Abre a janela, Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti (1937)
·
Alegria, Assis Valente e Durval Maia (1937)
·
Amigo leal, Aldo Cabral e Benedito Lacerda (1937)
·
Aos pés da cruz, Marino Pinto e Zé da Zilda (1942)
·
Atire a primeira pedra, Ataulfo Alves e Mário Lago (1944)
·
Brasa, Felisberto Martins e Lupicínio Rodrigues (1945)
·
Caprichos do destino, Claudionor Cruz e Pedro Caetano (1938)
·
Carinhoso, João de Barro e Pixinguinha (1937)
·
Errei, erramos, Ataulfo Alves (1938)
·
Eu chorarei amanhã, Ivo Santos e Raul Sampaio (1957)
·
Juramento falso, J. Cascata e Leonel Azevedo (1937)
·
Lábios que beijei, J. Cascata e Leonel Azevedo (1937)
·
Lero-lero, Benedito Lacerda e Eratóstenes
Frazão (1942)
·
Mágoas de caboclo, J. Cascata e Leonel Azevedo (1936)
·
Mal-me-quer, Cristóvão de Alencar e Newton Teixeira (1939)
·
Meu Consolo É Você, Nássara e Roberto Martins (1938)
·
Meu romance, J. Cascata (1937)
·
Nada além, Custódio Mesquita e Mário Lago (1938)
·
Número um, Benedito Lacerda e Mário Lago
(1939)
·
Pecadora, Agustín Lara, versão de Geber Moreira (1947)
·
Quero beijar-te ainda, Paulo Tapajós (1955)
·
Quero dizer-te adeus, Ary Barroso (1942)
·
Rosa, Otávio de Sousa e Pixinguinha
(1937)
·
Sertaneja, René Bittencourt (1939)
·
Súplica, Déo, José Marcílio e Otávio Gabus Mendes (1940)
Clicando em Vôte Escuta Só no lado direito da página, você tem acesso as músicas cantadas por Orlando Silva na sua fase da RCA Victor.
http://voteespiaso.podomatic.com/rss2.xml
Clicando em Vôte Escuta Só no lado direito da página, você tem acesso as músicas cantadas por Orlando Silva na sua fase da RCA Victor.