Black is Beautiful
De vez em quando me deparo com postagens no Facebook, de pessoas pedindo para curtir, caso tenha algum amigo negro, como se o ato de curtir desse à esta pessoa um
atestado de que ela não é racista. Não curto tais postagens, nem tão pouco com
relação a questões de gênero como, curta se tem um amigo gay, é outro pedido
bastante frequente, e outra grande falácia.
Não respondo, pois, o que interessa apenas é que eu tenho amigos,
e
eles sabem disso, ponto.
A hora de ver se você é preconceituoso ou não, é na atitude, é
quando o fato se coloca na sua frente. Quero ver, como dizia Chico Anísio, quando
sua filha branca, de olhos azuis, chegar
em casa de mãos dadas com um negro, ou visse e versa, e diz: Pai este é meu
namorado(a). Quando ele ou ela chega com alguém do mesmo sexo e diz a mesma
coisa. Está sim, é à hora do olho no olho. A sua reação, e o que vai acontecer
a partir deste momento, diz quem você é realmente. No primeiro caso, a resposta,
muitas vezes é... Pra ser amigo tudo bem, mas para misturar o sangue é outra
coisa. No segundo caso pode-se ouvir... Amigos, até que pode, mas quero netos, e
aí. E como vou explicar esta situação para os amigos, como se tivesse
explicações para dar.
A aceitação, a tolerância, a compreensão das diferenças, quaisquer
que sejam se dá diante do fato, e não em curtidas nas redes sociais. Assim é
fácil cara pálida.
Porque estou falando do assunto. Hoje uma senhora portuguesa, tomando
conhecimento de eu tinha, e tenho, intenções de morar em Portugal, me disse o
seguinte: O senhor deveria ir morar na minha terra, disse lá o nome do lugar, uma
aldeia, no interior do país e completou com esta pérola. “Eu não sou racista
não viu, neste momento baixou o tom da voz, e confidenciou. Lá não tem pretos,
acredite.” Imaginem se ela fosse racista.
Paulo Carvalho
Críticas e comentários pelo e-mail voteespiaso@gmail.com
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