Lisboa |
Morando a três meses em
Lisboa é raro o dia em que não encontro um brasileiro, trabalhando e morando
aqui. Nunca deixo de perguntar o motivo da mudança. A resposta é
invariavelmente a mesma. Estão trocando
a violência pela segurança. Em segundo
lugar vem o atendimento de saúde, a facilidade de transporte, a falta de
engarrafamentos, enfim, a mobilidade, a educação pública de qualidade, as
oportunidades de emprego. Nas palavras de um condutor de UBER, não se ganha
muito, mas ganha o necessário para viver com dignidade. O que mais necessita um
ser humano além de viver com dignidade, de ser respeitado, inclusive no
trânsito.
A segurança pública, e é
preciso dizer que não se vê policiais em excesso nas ruas, muito menos
abordando pessoas, trouxe para o país à melhor indústria do século, a mais limpa,
aquela que não trás poluição, o turismo.
Évora |
O país está tomado por
franceses, ingleses, espanhóis, brasileiros, japoneses, gente de toda parte do
planeta.
Portugal é uma festa, alegre e colorida, pessoas descontraidamente passeando pelo país. Lisboa, Évora, Óbidos,
Guimarães, Porto, Tomar, Coimbra. Tudo vale a pena ser visto, e curtido. Custo
disso tudo, menos da metade do que se gasta no Brasil. Vinhos, que no Brasil
são vendidos por duzentos, trezentos reais, compramos aqui por dez euros, os
mais populares por menos de dois euros. Almoçar fora significa menos de cinco
euros, em casa a metade disso. Remédios pela metade do preço, tem farmácia
popular, com medicamentos gratuitos, e genéricos de qualidade. É comum ver as pessoas conversando nas praças e nos inúmeros cafés. Andar na rua a qualquer hora com a câmera pendurada no pescoço sem medo de ser assaltado.
Évora |
Eu precisava deste período
em Portugal, desta experiência para poder falar tudo isto, de morar e não ser
apenas turista, naquele corre-corre para conhecer tudo em pouco tempo. Aqui me
sinto em casa, pela língua, pela identidade cultural, pela gastronomia, pelo
gosto por literatura e poesia e música. Cantores portugueses, fazem discos
dedicados a compositores brasileiros com Antônio Zambujo com disco inteiro
dedicado a Chico Buarque de Holanda, ou Carminho com sua voz doce cantando
Antonio Carlos Jobim. As distâncias são mínimas, um pulo de grilo, como diria o
poeta Jessier Quirino, Portugal uma velha e nova paixão.
Guimarães |
Paulo Carvalho
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voteespiaso@gmail.com
Preciso de mais de 365 dias para fotografar Portugal.
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