Mário Carvalho nasceu em 26 de
setembro de 1911 na cidade de Bonito. Ainda na infância foi morar em Caruaru de
onde aos dezesseis anos veio para o Recife “sentar praça na Brigada Militar”
permanecendo até o final dos anos quarenta como Sargento Instrutor de Educação
Física.
Autodidata assumiu a cadeira de
Professor de Educação Física nos colégios: Ginásio Pernambucano, Ginásio da
Madalena e da Encruzilhada, e Faculdade de Educação Física. Convidado, aceitou o cargo de fotógrafo no
Departamento de Documentação e Cultura da Prefeitura do Recife, acumulando a
tarefa de Chefe do Serviço de Salva Vidas nas praias Recifenses. Fotos deste
período podem ser encontradas no acervo municipal. Várias destas fotos foram
utilizadas por escritores e pesquisadores da nossa cultura como, por exemplo, a
capa do livro 100 Anos de Frevo, fotos ilustrativas do livro Cine-Teatro do
Parque: Um espetáculo à parte de Leda Dias e muitos outros. Algumas fotos são
divulgadas com frequência pela internet, muitas sem o devido crédito.
Deixou comigo mais de quinhentos
negativos em perfeita ordem e ótimo estado de conservação, dos quais selecionei alguns e
pretendo publicar em breve no formato de livro. Trata-se de um verdadeiro
roteiro histórico e sentimental do Recife dos anos quarenta e cinquenta. Bastante
conhecido na sociedade Pernambucana, excelente dançarino, conquistador emérito,
não largava nunca a máquina fotográfica, instrumento de trabalho e álibi
perfeito na aproximação com o sexo oposto.
Gostava e participava
intensamente de todas as festas do ano, particularmente São João e Carnaval,
onde encontrava munição farta para suas fotos. Colecionador de discos, outra
herança, ouvia Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Altamiro Carrilho, Onilda
Figueiredo, orquestras americanas como Glenn Miller, Tommy Dorsey, e muito
jazz. Sempre tinha alguma coisa tocando dentro de casa, e sempre de qualidade.
A foto é de sua autoria quando eu
tinha quatro anos, já colocando um disco para tocar, uma das primeiras coisas
que me ensinou, mania que vem de longe, lá se vão setenta anos. Tenho a
impressão que o disco, um 78 RPM, era Conceição, na interpretação de Cauby
Peixoto, grande sucesso na época.
Vejam as fotos...
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