quinta-feira, 19 de julho de 2018

Mário Carvalho


Mário Carvalho nasceu em 26 de setembro de 1911 na cidade de Bonito. Ainda na infância foi morar em Caruaru de onde aos dezesseis anos veio para o Recife “sentar praça na Brigada Militar” permanecendo até o final dos anos quarenta como Sargento Instrutor de Educação Física.

Autodidata assumiu a cadeira de Professor de Educação Física nos colégios: Ginásio Pernambucano, Ginásio da Madalena e da Encruzilhada, e Faculdade de Educação Física. Convidado, aceitou o cargo de fotógrafo no Departamento de Documentação e Cultura da Prefeitura do Recife, acumulando a tarefa de Chefe do Serviço de Salva Vidas nas praias Recifenses. Fotos deste período podem ser encontradas no acervo municipal. Várias destas fotos foram utilizadas por escritores e pesquisadores da nossa cultura como, por exemplo, a capa do livro 100 Anos de Frevo, fotos ilustrativas do livro Cine-Teatro do Parque: Um espetáculo à parte de Leda Dias e muitos outros. Algumas fotos são divulgadas com frequência pela internet, muitas sem o devido crédito.

Deixou comigo mais de quinhentos negativos em perfeita ordem e ótimo estado de  conservação, dos quais selecionei alguns e pretendo publicar em breve no formato de livro. Trata-se de um verdadeiro roteiro histórico e sentimental do Recife dos anos quarenta e cinquenta. Bastante conhecido na sociedade Pernambucana, excelente dançarino, conquistador emérito, não largava nunca a máquina fotográfica, instrumento de trabalho e álibi perfeito na aproximação com o sexo oposto.                                                                                                                                                                                 
Gostava e participava intensamente de todas as festas do ano, particularmente São João e Carnaval, onde encontrava munição farta para suas fotos. Colecionador de discos, outra herança, ouvia Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Altamiro Carrilho, Onilda Figueiredo, orquestras americanas como Glenn Miller, Tommy Dorsey, e muito jazz. Sempre tinha alguma coisa tocando dentro de casa, e sempre de qualidade.
 

A foto é de sua autoria quando eu tinha quatro anos, já colocando um disco para tocar, uma das primeiras coisas que me ensinou, mania que vem de longe, lá se vão setenta anos. Tenho a impressão que o disco, um 78 RPM, era Conceição, na interpretação de Cauby Peixoto, grande sucesso na época.
Vejam as fotos...


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