Premonição?
Estas
linhas (em negrito) foram escritas há muitos anos por Aloísio Inojosa quando a cachaça ainda
não tinha status de bebida fina, era coisa de alcoólatras e marginais. Nenhum
restaurante da elite ousava servir este tipo de bebida encontrada apenas em
barracas e botecos. A bebida não era servida em ambiente familiar, beber
cachaça era o fim da linha para muitos.
Hoje
reconhecida como patrimônio nacional graças ao empenho do Presidente Lula faz
parte do cardápio das melhores casas do mundo. Com novas embalagens, novos
rótulos, envelhecidas em barris de Carvalho e Umburana, qualidade controlada
por químicos competentes e preços que superam o wisque doze anos a cachaça é a
bebida preferida de muitos e um lucrativo negócio no ramo. Muito embora, na minha opinião, cachaça que não se envergonha de ser cachaça é branquinha e transparente, é água que passarinho não bebe. Cachaça colorida, com sabor de frutas, é coisa de amador ou turista.
No
Recife da minha juventude apenas duas marcas disputavam a preferência dos
consumidores, Pitu e Serra Grande, outras como Ypioca (Ceará) e Chica Boa
(Bahia) apareciam eventualmente mas nunca se firmaram no mercado pernambucano. As mineiras
ainda não tinham a fama de hoje, embora fizessem sucesso nas Gerais.
"...Acho que o governo,
com auxílio da ciência, bem que podia transformá-la numa bebida fidalga e
produto de exportação: para isto bastava que alguns químicos experimentados lhe
tirassem o cheiro que deixa na boca dos que dela fazem uso.
Também um processo de
envelhecimento, como fazem com o uísque, no país de origem. No dia que se
conseguisse isso, então ela conquistaria facilmente o mercado interno e seria
levada ao externo. Desta forma o Brasil torná-se-ia conhecido no mundo inteiro."
Premonição?
Palavras
do personagem Roberto no livro Doutor Kantiflas – Filosofia de um banqueiro.
Autor Aluísio Inojosa falecido em
1982, tendo este escrito estas linhas em meados dos anos sessenta.
Premonição?
Autor Aluísio Inojosa falecido em
1982, tendo este escrito estas linhas em meados dos anos sessenta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário