domingo, 14 de fevereiro de 2021

Frevo de Bloco. Favor não confundir.

 Frevo de Bloco.


Amigos e amigas, companheiro e companheiras de luta em defesa da nossa cultura. Gostarias fazer uma denúncia e um apelo. Tenho recebido vários vídeos sobre carnaval e acho uma heresia e uma falta de respeito as nossas tradições misturar imagens do carnaval do Recife tendo como música de fundo uma marchinha carioca.

É verdade que elas fizeram muito sucesso por aqui quando a rede globo iniciou suas transmissões em rede nacional e vendia seu produto (música carioca) numa flagrante invasão cultural e total falta de respeito às manifestações regionais autênticas. Por favor, não confundam Frevo de Bloco, música que caracteriza as nossas agremiações líricas com marchinhas cariocas, principalmente aquelas cantadas por Moacir Franco, Marlene, Carmem Miranda e similares.

Por favor, eu exijo respeito a nossa cultura. Não estou me refiro a ninguém em particular até pelo fato de, por falta de conhecimento, já que em nossas escolas, com algumas e raras exceções não se ensina nada sobre cultura regional, e afra (isto incluiria o maracatu e caboclinhos), e as inúmeras manifestações da cultura nordestina, que nem dá para citar aqui.


Os recifenses na sua maioria, mesmo aqueles que gostam de frevo, e até ensaiam alguns passos não sabem diferenciar um frevo de rua, de um frevo canção ou de Bloco, um Maracatu Nação ou de baque virado, de um Maracatu de baque solto, ou impropriamente chamado de rural, um Clube Carnavalesco de uma Troça, de um Bloco Lírico, de um Urso e olhem isto é apenas o básico. A quem interessa  esta mistura, aqueles que querem descaracterizar, tornar tudo igual para vender num balaio só?

Todo respeito aos ranchos do Rio de Janeiro, isto foi dito por Nelson Ferreira num frevo antológico cantado num desfile que ficou na história, todo respeito ao carnaval baiano e seus cordões de isolamento entre os que podem e os que não podem pagar, mas como disse Patativa do Assaré Cante lá que eu canto cá.

Em 1952 a orquestra viajou de navio para participar do desfile de Ranchos e Escolas de Samba no Rio de Janeiro, que era bem diferente de hoje. Foi um sucesso estrondoso. Na volta o navio parou em Salvador para reabastecer e a orquestra desceu e desfilou pela cidade mostrando o Frevo para os baianos. Foi aí que aqueles putos conheceram o frevo de verdade. Hoje tem baiano dizendo que inventou o frevo. Dodô da dupla Dodô e Osmar viajou no ano seguinte para conhecer o Carnaval do Recife e foi até Campina Grande para ver um carro de som elétrico criado por Genival Macedo (meu amigo) e seu irmão Gilvan que desfilava pelas ruas da cidade desde 1941. 

Recife tinha durante o carnaval um caminhão com um trio em cima, patrocinado pela Coca Cola, este eu vi várias vezes na Rua da Concórdia onde moravam meus avós. Dodô retornou para Salvador e no ano seguinte formou o que veio  posteriormente a ser chamado de Trio Elétrico. A única coisa que eles podem reivindicar é o nome. 



Evocação número 2.

 

O apito tocou, o acorde soou

A orquestra vai tocar a introdução

Em saudação a Chiquinha Gonzaga,

O abre-alas que eu quero passar.

Recife neste carnaval

Rende homenagem ao sambistas brasileiros

A Noel, Sinhô e Chico Alves

Aos blocos e escolas do Rio de Janeiro.

Maior foi a geração de Lamartine, o grande campeão

O corso na avenida, confete a granel

Batalha lá em Vila Isabel

Recife cantando evocou

Os seus heróis de antigos carnavais

E vem exaltar toda a glória

Dos cariocas, brasileiros imortais



                                           Bloco da Saudade.

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