segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Duetos.



                                                                                                                       Foto Paulo Carvalho

O sertão dentro de mim

                                 Virgílio Siqueira


   Eu trago sempre, guardado em meu peito

Esse sertão que aflorado que já fora esquecido

   Da amplidão aos caminhos mais estreitos

Do que não morrera, mesmo quando carcomido

 

   Trago redivivo assim o sertão de um jeito

Que a todo instante, em cada canto é renascido

   Pelos contritos e pelo bruto em bruto eito

Trago-o acolhido, tenso num amor denso tecido

 

Traçando em fibras e luzes de imagens inexatas

Vejo-o definido em figuras preciosas e abstratas

   As luas, o sol; sonhos e pesadelos enfim

 

Inumeráveis eiras e eras perdidas, recompostas

Pela arrumação de onde as trago bem dispostas

   Com zelo guardo o sertão dentro de mim

 


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